domingo, 15 de abril de 2018

O LIVRO DOS MÉDIUNS




INTRODUÇÃO (3ªp.)




                                      BY BLOG MEDIUNIDADE COM NOSSO MESTRE JESUS                                       









Introdução (3ª parte)°





  • 1ª parte - do 1º ao 3º parágrafos (objetivo principal de "O Livro dos Médiuns"). 
  • 2ª parte - do 4º ao 7º parágrafos ("Livro dos Médiuns": orientar médiuns e estudiosos sem ser um manual). 
  • 3ª parte - do 8º ao 11º parágrafos (autoridade da Doutrina Espírita - "O Livro dos Espíritos": prática do Espiritismo).°


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Desde alguns anos, o Espiritismo há realizado grandes progressos: imensos, porém, são os que conseguiu realizar, a partir do momento em que tomou rumo filosófico, porque entrou a ser apreciado pela gente instruída. Presentemente, já não é um espetáculo: é uma doutrina de que não mais riem os que zombavam das mesas girantes. Esforçando-nos por levá-lo para esse terreno e por mantê-lo aí, nutrimos a convicção de que lhe granjeamos mais adeptos úteis, do que provocando a torto e a direito manifestações que se prestariam a abusos. Disso temos cotidianamente a prova em o número dos que se hão tornado espíritas unicamente pela leitura de O Livro dos Espíritos.(A)

Depois de havermos exposto, nesse livro, a parte filosófica da ciência espírita, damos nesta obra a parte prática, para uso dos que queiram ocupar-se com as manifestações, quer para fazerem pessoalmente, quer para se inteirarem dos fenômenos que lhes sejam dados observar. Verão, aí, os óbices com que poderão deparar e terão também um meio de evitá-los. Estas duas obras, se bem a segunda constitua seguimento da primeira, são, até certo ponto, independentes uma da outra. Mas, a quem quer que deseje tratar seriamente da matéria, diremos que primeiro leia O Livro dos Espíritos, porque contém princípios básicos, sem os quais algumas partes deste se tornariam talvez dificilmente compreensíveis.(B)

Importantes alterações para melhor foram introduzidas nesta segunda edição, muito mais completa do que a primeira. Acrescentando-lhe grande número de notas e instruções do maior interesse, os Espíritos a corrigiram, com particular cuidado. Como reviram tudo, aprovando-a, ou modificando-a à sua vontade, pode dizer-se que ela é, em grande parte, obra deles, porquanto a intervenção que tiveram não se limitou aos artigos que trazem assinaturas. São poucos esses artigos, porque apenas apusemos nomes quando isso nos pareceu necessário, para assinalar que algumas citações um tanto extensas provieram deles textualmente. A não ser assim, houvéramos de citá-los quase que em todas as páginas, especialmente em seguida a todas as respostas dadas às perguntas que lhes foram feitas, o que se nos afigurou de nenhuma utilidade. Os nomes, como se sabe, importam pouco, em tais assuntos. O essencial é que o conjunto do trabalho corresponda ao fim que colimamos. O acolhimento dado à primeira edição, posto que imperfeita, faz-nos esperar que a presente não encontre menos receptividade.(C)

Como lhe acrescentamos muitas coisas e muitos capítulos inteiros, suprimimos alguns artigos, que ficariam em duplicata, entre outros o que tratava da Escala espírita, que já se encontra em O Livro dos Espíritos. Suprimimos igualmente do “Vocabulário” o que não se ajustava bem no quadro desta obra, substituindo vantajosamente o que foi supresso por coisas mais práticas. Esse vocabulário, além do mais, não estava completo e tencionamos publicá-lo mais tarde, em separado, sob o formato de um pequeno dicionário de filosofia espírita. Conservamos nesta edição apenas as palavras novas ou especiais, pertinentes aos assuntos de que nos ocupamos.(D)




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A) "Desde alguns anos, o Espiritismo há realizado grandes progressos: imensos, porém, são os que conseguiu realizar, a partir do momento em que tomou rumo filosófico, porque entrou a ser apreciado pela gente instruída.". O Espiritismo passou a tomar o rumo de progresso, amadurecendo, ou seja, tomando corpo visível, mostrando-se de modo definitivo, diante do homem e da sociedade, como realmente é, e sempre foi, mostrando-se do modo adequado quanto ao como deve ser visto, tornou-se por assim dizer corpo visível porque foi codificado¹. Quando Kardec começou a participar das sessões mediúnicas para efeitos de estudo científico dos fenômenos que ali ocorriam, o tempo de dedicação deu a diretriz de suas investigações, que desde então foi tomando o molde científico filosófico, mas ao mesmo tempo prático e moral, este curso de acontecimentos só foi possível pelo fato de que Allan Kardec já era há muito um cientista, intelectual e estudioso, educador, dentre outras notáveis qualificações². Ao justificar que o Espiritismo começou a tomar feição filosófica porque começou a ser partilhada por pessoas cultas, letradas, estudadas, é porque não só começou a ser partilhada pelo próprio Allan Kardec, mas também por outras pessoas instruídas que passaram a compor o rol permanente de investigadores sistemáticos nas reuniões mediúnicas, e também com o crivo de Allan Kardec este partilhar intelectual só foi possível por causa da forma como foi abordado o seu objeto de estudo, a forma científica e ética. Não se poderia, por isso mesmo, ter sido desenvolvido de modo separado a filosofia, a moral, e a prática, durante as investigações científicas de Allan Kardec, essa separação se deu de forma didática na concretização dos cinco livros do pentateuco kardequiano³, pode-se observar por meio de leituras atentas a cada capítulo que as cinco obras escritas por Kardec trazem a filosofia, a moral, e a prática, mas em cada uma destas obras um destes três itens é priorizado, abordado como preocupação e como aspecto em sua obviedade, fazendo-a ser percebida por quem lê como sendo existente em toda a conjuntura da vida humana moral/social/religiosa, bem como na realidade dos fenômenos mediúnicos, o leitor atento observará também o grande respeito dado por Kardec tanto aos Espíritos que se comunicaram (sejam da escala evolutiva que for, e de cujos registros alguns se encontram nestas obras) quanto aos médiuns e a cada trabalho mediúnico realizado. Pela maneira como é textualmente permitido perceber o modo como foram conduzidos os diálogos com os Espíritos, e o relacionamento entre os médiuns e convidados, é que permite-se perceber também através de uma leitura atenta e analítica como ocorreu toda essa experiência organizacional no aspecto moral.

As três primeiras obras básicas que compõem inicialmente o resultado das investigações científicas de Allan Kardec são a sistematização em filosofia, moral, e prática, de toda uma série de experiências que foram vividas ao mesmo tempo. As demais obras escritas por Kardec também se definem mais por um ou outro aspecto dominante do que é o Espiritismo. De qualquer modo não importa se cada obra do pentateuco kardequiano seja mais isto ou mais aquilo, importa que todas as suas obras são científicas e visivelmente alicerçadas pela mais alta moral cristã, que norteia e remete o leitor à compreensão da religiosidade adequada, provocando-lhe o começo de uma transformação íntima somente por este contato com as obras. Daí se dizer que o Espiritismo é também religião.

Outro aspecto a se observar quanto ao "rumo de progresso" que tomou o Espiritismo são as duas fases de seu desenvolvimento: a fase de reconhecimento do objeto, e a fase de identificação de seus aspectos, que passaram então a serem considerados na investigação. Se o Espiritismo já estava em pleno curso de realizações de grandes progressos com o passar de alguns anos, como alega Kardec, e passou a alcançar muito mais progresso com o processo da sua sistematização, tendo-se identificado a Filosofia que a embasa temos que Kardec situa o primeiro momento deste progresso no intervalo entre o instante em que ele deu início a investigação científica sobre a realidade dos fenômenos espirituais a até o momento do amadurecimento dessa investigação, um processo longo de identificação das notas filosóficas e outros aspectos pertinentes ao objeto investigado, que viriam a ser investigados profundamente; o segundo momento é quando a investigação passou a ser desdobrada em mais de uma observação específica sobre o fenômeno mediúnico (esse desdobramento é materializado pelas cinco obras do pentateuco kardequiano, bem como pelas abordagens específicas contidas no interior de cada obra, abordagens estas que são os próprios aspectos identificados na primeira fase. Mas a primeira e a segunda fase nunca caminharam de forma separada, e sim simultaneamente, complementando-se.), por perceber que o fenômeno mediúnico apresenta vários aspectos vitais (morais, filosóficos, práticos), e também que os aspectos morais e filosóficos extrapolam os limites da mesa mediúnica, pois apresentam relação também com o cotidiano da vida e do imaginário da sociedade, e de pequenos grupos sociais, tudo isto de conformidade com cada época histórica do homem. Este segundo momento investigativo foi um importante marco depois de um certo tempo já iniciado (pois as anotações no caderno de registro das observações de Kardec constavam certamente da evidenciação de tais aspectos), direcionando a investigação a um nível ainda mais aprofundado, um nível mais especificado do que quando iniciou, pois o objeto, sendo apreendido intelectual e moralmente, e de acordo com norteadores científicos, apontou para novas perguntas e hipóteses que necessitavam de resposta.

"Presentemente, já não é um espetáculo: é uma doutrina de que não mais riem os que zombavam das mesas girantes. Esforçando-nos por levá-lo para esse terreno e por mantê-lo aí, nutrimos a convicção de que lhe granjeamos mais adeptos úteis, do que provocando a torto e a direito manifestações que se prestariam a abusos. Disso temos cotidianamente a prova em o número dos que se hão tornado espíritas unicamente pela leitura de O Livro dos Espíritos.". Os "espetáculos" de fenômenos mediúnicos de fato existiram há séculos até a época de Allan Kardec, graças ao seu trabalho de investigação científica que resultou na codificação dos ensinos dos Espíritos Superiores, colocou-se uma ordem nisso, fazendo com que se inibisse as práticas de lazer com os fenômenos mediúnicos em teatros, e em sessões mediúnicas organizadas unicamente para divertimento⁴. Esforçou-se Kardec por conseguir levar os leitores de "O Livro dos Médiuns" e de "O Livro dos Espíritos" a uma realidade diferente do que até então se vulgarizava a cada esquina de atração de lazer em sua época, esforçou-se por conseguir levar o leitor ao universo da verdadeira significação dos fenômenos mediúnicos, dos médiuns, e do universo da seriedade com Jesus a respeito destes fenômenos! Pois se os médiuns eram levados ao picadeiro, os espíritos que por meio deles se manifestavam também eram assim expostos, ao picadeiro, prática de ignorância para o divertimento e o deboche. Quem eram os Espíritos que se manifestavam por meio dos médiuns nesta época? Certamente poderiam ser tanto Espíritos sérios, quanto Espíritos levianos, estes últimos igualmente se divertiam com a mente limitada de compreensão das pessoas que assistiam aos espetáculos. As pessoas da época de Kardec que tinham uma condição moral e de compreensão melhor para perceber a seriedade das manifestações mediúnicas submetidas até então aos espetáculos vulgarizados na França e em toda a Europa, situação a qual estavam acostumados, logo deixaram de frequentar tais espetáculos por terem tido contato com as obras de Kardec, as quais leram, tornando-se assim espíritas pela leitura destas obras.

B) "Depois de havermos exposto, nesse livro, a parte filosófica da ciência espírita, damos nesta obra a parte prática, para uso dos que queiram ocupar-se com as manifestações, quer para fazerem pessoalmente, quer para se inteirarem dos fenômenos que lhes sejam dados observar. Verão, aí, os óbices com que poderão deparar e terão também um meio de evitá-los. Estas duas obras, se bem a segunda constitua seguimento da primeira, são, até certo ponto, independentes uma da outra. Mas, a quem quer que deseje tratar seriamente da matéria, diremos que primeiro leia O Livro dos Espíritos, porque contém princípios básicos, sem os quais algumas partes deste se tornariam talvez dificilmente compreensíveis.". Enquanto a primeira parte de "O Livro dos Médiuns" é basicamente composta pelo aspecto filosófico espírita a segunda parte trata do aspecto prático da mediunidade e dos fenômenos mediúnicos. Entretanto na segunda parte Kardec não deixou de apresentar traços mais ou menos presentes da Filosofia espírita, bem como parágrafos inteiros dedicados às explicações filosóficas em tópicos por ele abordados. As obras "O Livro dos Espíritos" e o "Livro dos Médiuns" são independentes uma da outra porque tratam de aspectos diferentes da relação entre o mundo físico e o mundo espiritual, ao mesmo tempo que são interdependentes, porque sem os esclarecimentos de "O Livro dos Espíritos", principalmente aos principiantes (noviços), torna-se muito limitada a compreensão, e em alguns casos, até difícil de compreender, todos os fenômenos espirituais e mediúnicos relatados e explicados em "O Livro dos Médiuns", considerando este contexto intelectual que envolve os dois livros citados por Kardec, necessário se faz que o interessado em estudar sobre este tema tenha fácil a mão ambos os livros como livros de cabeceira, livros de estudo constante. Ao longo da leitura e estudo de "O Livro dos Médiuns" ver-se-á que não somente este livro, mas também "O Livro dos Espíritos" e os demais que integram a coleção do pentateuco kardequiano, devem ser também estudados e tidos fácil a mão, para completar os esclarecimentos sobre a relação entre o mundo espiritual e o mundo físico. Com a utilização de ambos os livros "O Livro dos Espíritos" e "O Livro dos Médiuns" as pessoas que vivem o universo da mediunidade terão condições de evitar os "óbices", ou seja, evitar os empecilhos, os estorvos, que prejudicam e dificultam as realizações mediúnicas, só resta a estas pessoas viverem na prática espírita do dia-a-dia o êxito de realmente evitar os "óbices", viverem o êxito!, já que este êxito está ligado a personalidade, ao cotidiano, e a cultura destas pessoas.

C) "Importantes alterações para melhor foram introduzidas nesta segunda edição, muito mais completa do que a primeira. Acrescentando-lhe grande número de notas e instruções do maior interesse, os Espíritos a corrigiram, com particular cuidado. Como reviram tudo, aprovando-a, ou modificando-a à sua vontade, pode dizer-se que ela é, em grande parte, obra deles, porquanto a intervenção que tiveram não se limitou aos artigos que trazem assinaturas. São poucos esses artigos, porque apenas apusemos nomes quando isso nos pareceu necessário, para assinalar que algumas citações um tanto extensas provieram deles textualmente. A não ser assim, houvéramos de citá-los quase que em todas as páginas, especialmente em seguida a todas as respostas dadas às perguntas que lhes foram feitas, o que se nos afigurou de nenhuma utilidade. Os nomes, como se sabe, importam pouco, em tais assuntos. O essencial é que o conjunto do trabalho corresponda ao fim que colimamos. O acolhimento dado à primeira edição, posto que imperfeita, faz-nos esperar que a presente não encontre menos receptividade.". Neste parágrafo finalmente Kardec desdobra a afirmação feita por ele há parágrafos atrás na sua introdução, quando disse que esta edição intitulada "O Livro dos Médiuns" está melhor elaborada, com informações mais completas para melhor servir como norteador dos estudos e das práticas espíritas, obra contendo notas explicativas e instruções antes ausentes na edição anterior intitulada "Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas". A primeira obra foi publicada praticamente três anos antes da obra atual, e mostra em seu conteúdo que foi lançada às pressas com o intuito de socorrer os médiuns, investigadores e estudiosos sobre o tema, para que tivesse sua utilidade básica e prática até que a obra completa e definitiva fosse publicada. Teria Kardec escrito as duas obras ao mesmo tempo, ou seja, teria a primeira obra sido escrita a partir da segunda obra ainda em pleno curso de sua elaboração, a fim de que o público leitor interessado conseguisse esperar com menos ansiedade a obra completa ser concluída?! Os Espíritos Superiores também participaram da elaboração de "O Livro dos Médiuns", não somente cedendo os textos de esclarecimentos e orientações, como disse Kardec em parágrafos anteriores, mas também orientando Kardec quanto a organização do livro por meio de correções, modificando algumas coisas, e mantendo outras que eles consideraram corretas, já que Kardec também escreveu seus textos explicativos como resultado das observações e diálogos com os Espíritos nas sessões mediúnicas. Imagine-se uma plêiade de Espíritos Superiores circundando Kardec a cada elaboração escrita que ele próprio produzia para o livro definitivo (observando e intuindo). Os Espíritos Superiores assim agiram, com olhos de supervisão sobre o trabalho de Kardec, porque as revelações espirituais vieram todas deles, e se tratava de uma codificação de conhecimentos divinos que até aquele período histórico permaneceram existentes apenas no plano espiritual, é uma conclusão óbvia que dispensa constatações investigativas, então, Kardec foi assessorado em suas próprias produções textuais. Toda essa preocupação de Kardec e dos Espíritos superiores foi uma e a mesma coisa, propiciar aos leitores interessados um material de melhor qualidade informativa, o mais completa e minuciosa possível, com informações corretas, bem como aguardavam uma receptividade ansiosa pelos leitores ao contato com esta nova e mais completa edição que até no título sofreu integral modificação.

D) "Como lhe acrescentamos muitas coisas e muitos capítulos inteiros, suprimimos alguns artigos, que ficariam em duplicata, entre outros o que tratava da Escala espírita, que já se encontra em O Livro dos Espíritos.". A primeira edição é composta por onze capítulos, enquanto que a segunda edição é composta por trinta e seis capítulos. Comparando tópico a tópico de ambos os livros torna-se possível identificar as alterações:

1. Enquanto o capítulo I da primeira edição consiste em assunto já abordado em "O Livro dos Espíritos", a "Escala espírita", na segunda edição este capítulo deixou de existir.

2. Na primeira edição o capítulo II, que trata das "Manifestações espíritas", e é composto por seis tópicos, na segunda edição cada um destes tópicos se transformou em um e em até dois capítulos da segunda parte da obra, com exceção dos dois primeiros (intitulados respectivamente "Ação oculta" e "Manifestações ostensivas") que foram melhor desenvolvidos de forma diluída ao longo da segunda parte da obra. A segunda parte da segunda edição (obra atual), que era o segundo capítulo da primeira edição, recebeu capítulos a mais que são, claramente, assuntos que Kardec não abordou na edição anterior.

3. O capítulo III da primeira edição, intitulado "Comunicações espíritas", é o capítulo X da segunda edição, intitulado "Da natureza das comunicações", que trata da origem e qualidade moral das comunicações recebidas pelo médium.

4. O capítulo IV da primeira edição, intitulado "Diferentes modos de comunicação", foi desenvolvido em três capítulos na segunda edição. Trata-se essa abordagem na segunda edição dos capítulos XI, intitulado "Da sematologia e da tiptologia", do XII, nomeado como "Da pneumatologia ou escrita direta. Da pneumatofonia", e do XIII nomeado como "Da psicografia". Sendo assim as três temáticas foram bem mais desenvolvidas, profundamente abordadas.

5. O capítulo V da primeira edição foi submetido a mesma forma de modificação que os capítulos II e IV receberam, na segunda edição: cada tópico foi transformado em capítulo, que vai dos capítulos XIV ao XVI, sendo respectivamente "Dos médiuns", "Dos médiuns escreventes ou psicógrafos", "Dos médiuns especiais". A respeito das faculdades mediúnicas dos médiuns Kardec desdobra nos três capítulos da segunda edição muitos tipos de faculdade mediúnica não abordadas na primeira edição, de modo que o capítulo XVI traz a apresentação de uma diversificação ainda maior de tipos de mediunidade ao lado das já tratadas por ele em capítulos anteriores.

6. Na primeira edição o capítulo VI, "Papel e influência do médium", é assunto abordado na segunda edição como sendo os capítulos XIX "Do papel dos médiuns nas comunicações espíritas", e XX "Da influência moral do médium".

7. O Capítulo VII da primeira edição, "Influência do meio sobre as manifestações" é na segunda edição o capítulo XXI "Influência do meio".

8. O capítulo VIII da primeira edição, "Das relações com os espíritos", que está subdividido em sete partes, na segunda edição são os capítulos: XXV "Das evocações", XXVI "Das perguntas que se podem fazer aos espíritos", XXVII "Das contradições e das mistificações", XXVIII "Do charlatanismo e do embuste", XXIX "Das reuniões e das sociedades". No capítulo XXVII Kardec expõe o sério problema, capítulo este que tem a função de manter em alerta os leitores médiuns em suas atividades práticas. Kardec apresenta vários outros alertas ao longo dos capítulos do livro.

9. O capítulo IX da primeira edição, intitulado "Assuntos de estudo", são breves considerações que se encontram no corpo dos capítulos da segunda edição que tratam da comunicação com os espíritos e evocações.

10. O capítulo X, intitulado "Conselhos aos noviços", os novatos, na segunda edição este capítulo é apresentado com outro título, e abordagem bem diferente. É preocupação de Kardec os novos médiuns, abordada de forma ampla e aprofundada em três tópicos no capítulo XVII, intitulado "Da Formação dos Médiuns".

11. O capítulo XI da primeira edição, intitulado "Influência do Espiritismo", trata da realidade fatídica em que se constitui o Espiritismo. Encontra-se este capítulo desenvolvido na segunda edição como sendo o capítulo XXXI "Dissertações espíritas", que contém quatro itens, cada qual tratando de aspectos diferentes do Espiritismo, "A cerca do Espiritismo" é o primeiro deles. Além deste penúltimo capítulo da obra a primeira parte da mesma, intitulada "Noções preliminares", traz quatro capítulos de abordagem sobre o Espiritismo em que Kardec mostra o que é, sua seriedade, e sua situação na vida humana cotidiana, ou seja, a Filosofia e a moral Espírita, e o lugar do Espiritismo na realidade humana.

12. Na segunda edição Kardec dedicou a elaboração de um capítulo para cada aspecto da mediunidade que, na primeira edição, eram apenas pequenos tópicos, como já visto. Kardec também criou capítulos inéditos sobre aspectos da mediunidade que até então não haviam sido abordados na primeira edição, são estes abaixo:
Parte Primeira
Noções Preliminares

1. Capítulo I - Há Espíritos? 
2. Capítulo II - Do Maravilhoso e Do Sobrenatural 
3. Capítulo III - Do Método 
4. Capítulo IV - Dos Sistemas

Parte Segunda
Das Manifestações Espíritas



1. Capítulo I - Da Ação dos Espíritos sobre a Matéria 
2. Capítulo VII - Da Bicorporeidade e da Transfiguração 
3. Capítulo VIII - Do Laboratório do Mundo Invisível 
4. Capítulo IX - Dos Lugares Assombrados 
5. Capítulo XVIII - Dos Inconvenientes e Perigos da Mediunidade 
6. Capítulo XXII - Da Mediunidade nos Animais 
7. Capítulo XXIII - Da Obsessão 
8. Capítulo XXIV - Da Identidade dos Espíritos 
9. Capítulo XXX - Regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas 
10. Capítulo XXXI - Dissertações Espíritas. Traz a mensagem dos Espíritos com os temas: "Acerca do Espiritismo"; "Sobre os médiuns"; "Sobre as sociedades espíritas"; "Comunicações apócrifas"



"Suprimimos igualmente do “Vocabulário” o que não se ajustava bem no quadro desta obra, substituindo vantajosamente o que foi supresso por coisas mais práticas. Esse vocabulário, além do mais, não estava completo e tencionamos publicá-lo mais tarde, em separado, sob o formato de um pequeno dicionário de filosofia espírita. Conservamos nesta edição apenas as palavras novas ou especiais, pertinentes aos assuntos de que nos ocupamos.". Foi colocado por Kardec no início da primeira edição da obra um capítulo de significação de termos espíritas e não espíritas, este capítulo é intitulado "Vocabulário Espírita". Já na segunda e definitiva edição da obra o "Vocabulário Espírita" situa-se como sendo o capítulo XXXII, o último do livro, e com poucas palavras, sendo todas da linguagem do Espiritismo, como apregoou Kardec que faria. Além do "Vocabulário" na primeira edição da obra Kardec havia escrito também o "Quadro sinótico da nomenclatura espírita especial", este quadro sinótico figura-se como um roteiro, um esquema, de todo o conteúdo da primeira edição do livro, percebe-se também todo o roteiro da segunda edição resumida neste quadro.

Observa-se que a segunda edição ganhou quatorze capítulos de assuntos não abordados na primeira edição, e quanto a assuntos que foram abordados na primeira edição estes receberam na segunda edição, cada um eles, um capítulo próprio. O livro "Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas"⁵ foi lançado em 1858, e "O Livro dos Médiuns" foi lançado em 1861. O intervalo de mais ou menos três anos entre o lançamento da primeira edição e o lançamento da segunda edição foi o tempo possível para Kardec ter escrito a segunda edição composta de tão vasta informação, e detalhes minuciosos, e por isso mesmo, volumosa, o que não impede que a primeira edição tenha, na verdade, nascido da segunda edição em pleno andamento de sua elaboração escrita, somente Kardec para nos dar essa resposta, já que ele possuía em mãos seus cadernos de apontamento científico, nos quais teria também esquematizado o conteúdo sequencial de ambos.

E retomando mais uma vez também o fato de que Kardec foi supervisionado e intuído pelos Espíritos Superiores durante suas horas de prática dissertativa dos textos que viriam a compor não somente os dois primeiros livros tratados neste texto, mas também os demais livros do pentateuco kardequiano, o que deve ser levado em consideração é a possibilidade de Kardec ter tido também o direito de não perceber em alguns momentos as intuições dadas pelos Espíritos Superiores, ou seja, não percebendo as intuições também não teria percebido a fragilidade de algumas passagens que ele escreveu, seu livre arbítrio foi respeitado. Por outro lado, outro aspecto a considerar em suas obras é que, cientista teórico e investigativo que ele era, afirmou em suas obras escritas que a Doutrina Espírita não estava acabada em sua abordagem, muito ainda não tinha sido revelado pelos Espíritos Superiores, então, somente o concurso do tempo seria o grande revelador, isso é um outro dado a ser considerado, isto já não é o apontar das fragilidades que possam existir no conteúdo das obras que ele escreveu, mas sim é o apontar para o fato de que temos que nos abrir para os conhecimentos novos que estão vindo por meio dos Espíritos Superiores, disso nós sabemos, mas até que ponto estamos conseguindo nos abrir para esses conhecimentos?! Estes dois dados devem ser considerados, e é preciso clareza e humildade para sabermos reconhecer uma e outra coisa aqui observada neste parágrafo dentro das obras de Kardec, entendendo que a Doutrina Espírita não é acabada, mas ainda está em construção de conhecimento nos seus três pilares (Ciência, Filosofia, Religião), que neste texto foi tratado como moral, filosófico e prático, já que a construção vai avançando conforme os alunos terrenos vão conseguindo absorver as lições dadas, tudo possibilitado pelos Espíritos Superiores, tais novas revelações ajudam a responder às fragilidades identificadas e a provocações indagadoras sugeridas nestas obras, são duas portas abertas para o conhecimento que encontramos no pentateuco kardequiano. A segunda fase do avanço já chegou, com as obras trazidas pelo plano espiritual superior que utilizou as mãos psicógrafas de Francisco Cândido Xavier, e com ele todos os médiuns de que temos conhecimento hoje em nossa contemporaneidade. A terceira fase há de estar por vir.



Heliana  Staut



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Publicação sujeita a atualizações !!!



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1. Codificação, o que é:




Afinal, o que é codificação, o que é a codificação da Doutrina Espírita! É o registro escrito, materializando a informação, tornando-a concreta, visível o seu conteúdo, para que se torne acessível às pessoas da realidade do mundo físico denso. 
 É a materialização do conhecimento espiritual, que se situa em outro nível de densidade existencial, o mundo dos Espíritos, o mundo etérico.

Codificar é materializar uma informação por meio de códigos! E o que são códigos: trata-se de ser um conjunto de sinais, símbolos, que encerram um sistema de alfabeto e de números, ou seja, um sistema alfanumérico, de um idioma e forma de contagem de uma civilização, e que são organizados na forma do uso por esta civilização para transmitir uma informação.

Qualquer forma simbólica concreta que um grupo de pessoas, ou uma pessoa resolva inventar para transmitir a sua informação, ou para "escondê-la", compreenderá um conjunto de símbolos, este conjunto será um código escrito ou desenhado. O código, por se tratar de registro de símbolos são eles os símbolos as letras do alfabeto ocidental, bem como as figuras utilizadas pelos egípcios antigos, e os símbolos utilizados pelas populações do Oriente Médio, pelos chineses, pelos russos, por grupos aborígenes, ... Enfim, qualquer forma simbólica concreta que uma comunidade, ou pessoa, utilize para o registro de uma informação estará se utilizando de um código linguístico já concordado e por isso mesmo, definido pelas pessoas pertencentes ao mesmo grupo cultural e étnico, ou compartilhado pelos membros de um mesmo grupo social restrito de uma sociedade.

O código é formado pelo conjunto de signos linguísticos, ou símbolos linguísticos, ou sinais linguísticos.

Assim, os Espíritos Superiores precisaram utilizar um código escrito para transmitir à Humanidade os conhecimentos de ordem espiritual, isso só seria possível por meio da mediunidade das pessoas dela portadoras. No caso da Doutrina Espírita foi utilizado o código escrito alfanumérico ocidental.




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2.  Ver biografia completa de Allan Kardec em "Obras Póstumas", e em "O Que é o Espiritismo", ambos contendo capítulo de mesmo título "Biografia de Allan Kardec", textos diferentes localizados no início de ambos os livros. Capacitação profissional e intelectual de Allan Kardec, e realizações nestas áreas:


Biografia de Allan Kardec
"(...)
Nascido em Lyon, a 3 de outubro de 1804, de uma antiga família que se distinguiu na magistratura e na advocacia, o Sr. Allan Kardec (Hippolyte-Léon-Denizard Rivail) não seguiu essa carreira. Desde sua primeira juventude, sentia-se atraído para o estudo das ciências e da filosofia.
Educado na Escola de Pestalozzi, em Yverdum (Suíça), tornou-se um dos discípulos mais eminentes desse célebre professor, e um dos zelosos propagadores do seu sistema de educação, que exerceu uma grande influência sobre a reforma dos estudos na Alemanha e na França.
Dotado de uma inteligência notável e atraído para o ensino pelo seu caráter e as suas aptidões especiais, desde a idade de quatorze anos, ensinava o que sabia àqueles de seus condiscípulos que tinham adquirido menos do que ele. Foi nessa escola que se desenvolveram as idéias que deveriam, mais tarde, colocá-lo na classe dos homens de progresso e dos livres pensadores.
(...)
Terminados os seus estudos, veio para a França. Dominando a fundo a língua alemã, traduziu para a Alemanha diferentes obras de educação e de moral, e, o que é característico, as obras de Fénelon, que o seduziram particularmente.
Era membro de várias sociedades sábias, entre outras da Academie Royale de Arras, que, em seu concurso de 1831, o premiou por uma dissertação notável sobre esta questão: "Qual é o sistema de estudos mais em harmonia com as necessidades da época?"
De 1835 a 1840, fundou, em seu domicílio, à rua de Sèvres, cursos gratuitos, onde ensinava química, física, anatomia comparada, astronomia, etc.; empreendimento digno de elogios em todos os tempos, mas sobretudo numa época em que um bem pequeno número de inteligências se aventurava a entrar nesse caminho.
Constantemente ocupado em tornar atraentes e interessantes os sistemas de educação, inventou, ao mesmo tempo, um método engenhoso para aprender a contar, e um quadro mnemônico da história da França, tendo por objeto fixar na memória as datas dos acontecimentos notáveis e das descobertas que ilustraram cada reinado.
Entre as suas numerosas obras de educação, citaremos as seguintes: Plano proposto para a melhoria da instrução pública (1828); Curso prático e teórico de aritmética, segundo o método de Pestalozzi, para uso dos professores primários e das mães de família (1829); Gramática Francesa Clássica (1831); Manual dos Exames para os diplomas de capacidade; Soluções arrazoadas das perguntas e problemas de aritmética e de geometria (1846); Catecismo gramatical da língua francesa (1848); Programa de cursos usuais de química, física, astronomia, fisiologia, que ele professava no LYCÉE POLYMATHIQUE; Ditado normal dos exames da Prefeitura e da Sorbonne, acompanhado de Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas (1849), obra muito estimada na época de sua aparição, e da qual, recentemente ainda, se faziam tirar novas edições.
(...)
(Revista Espírita, maio de 1869.)"
OBRAS PÓSTUMAS  



Biografia de Allan Kardec⁽⠐⠐⠐⁾
"(...)
Rivail Denizard fez em Lião os seus primeiros estudos e completou em seguida a sua bagagem escolar, em Yverdun (Suíça), com o célebre professor Pestalozzi, de quem cedo se tornou um dos mais eminentes discípulos, colaborador inteligente e dedicado. Aplicou-se, de todo o coração, à propaganda do sistema de educação que exerceu tão grande influência sobre a reforma dos estudos na França e na Alemanha. Muitíssimas vezes, quando Pestalozzi era chamado pelos governos, um pouco de todos os lados, para fundar institutos semelhantes ao de Yverdun, confiava a Denizard Rivail o encargo de o substituir na direção da sua escola. O discípulo tornado mestre tinha, além de tudo, com os mais legítimos direitos, a capacidade requerida para dar boa conta da tarefa que lhe era confiada. Era bacharel em letras e em ciências e doutor em medicina, tendo feito todos os estudos médicos e defendido brilhantemente sua tese⁽⠐⠐⠐⁾. Lingüista insigne, conhecia a fundo e falava corretamente o alemão, o inglês, o italiano e o espanhol; conhecia também o holandês, e podia facilmente exprimir-se nesta língua.
(...)
Longe de desanimar com esse duplo revés, o Sr. e Sra. Rivail lançaram-se corajosamente ao trabalho. Ele encontrou e pôde encarregar-se da contabilidade de três casas, que lhe produziam cerca de 7.000 francos por ano; e, terminado o seu dia, esse trabalhador infatigável escrevia à noite, ao serão, gramáticas, aritméticas, livros para estudos pedagógicos superiores; traduzia obras inglesas e alemãs e preparava todos os cursos de Levy-Alvarès, freqüentados por discípulos de ambos os sexos do faubourg Saint-Germain. Organizou também em sua casa, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de química, física, astronomia e anatomia comparada, de 1835 a 1840, e que eram muito frequentados. 
Membro de várias sociedades sábias, notadamente da Academia real d'Arras, foi premiado, por concurso, em 1831, pela apresentação da sua notável memória: Qual o sistema de estudo mais em harmonia com as necessidades da época? 
Dentre as suas numerosas obras convém citar, por ordem cronológica: Plano apresentado para o melhoramento da instrução publica, em 1828; em 1829⁽⠐⠐⠐⁾, segundo o método de Pestalozzi, ele publicou, para uso das mães de família e dos professores, o Curso prático e teórico de aritmética; em 1831 fez aparecer a Gramática francesa clássica; em 1846 o Manual dos exames para obtenção dos diplomas de capacidade, soluções racionais das questões e problemas de aritmética e geometria; em 1848 foi publicado o Catecismo gramatical da língua francesa; finalmente, em 1849, encontramos o Sr. Rivail professor no Liceu Polimático, regendo as cadeiras de Fisiologia, Astronomia, Química e Física. Em uma obra muito apreciada resume seus cursos, e depois publica: Ditados normais dos exames na Municipalidade e na Sorbona; Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas. 
Tendo sido essas diversas obras adotadas pela Universidade de França, e vendendo-se abundantemente, ...
Henri Sausse"

O QUE É O ESPIRITISMO



3. Chama-se pentateuco kardequiano a reunião de cinco livros escritos por Allan Kardec que são:


O Livro dos Espíritos, lançado em 1857;
O Livro dos Médiuns, lançado em 1861;
O Evangelho Segundo o Espiritismo, lançado em 1864;
O Céu e o Inferno, lançado em 1865;
A Gênese, lançado em 1868.


Kardequiano por que deriva de Kardec.
Além destes cinco livros Kardec escreveu outros livros dentre os quais são O Que é o Espiritismo (lançado em 1859) e Obras Póstumas (lançado em 1890).



4. Reprisemos estas palavras de Allan Kardec sobre a situação de "espetáculo" a que se referiu, e que ocorria antes da época em que a codificação da Doutrina Espírita passasse a se tornar conhecida:

"Presentemente, já não é um espetáculo: é uma doutrina de que não mais riem os que zombavam das mesas girantes. Esforçando-nos por levá-lo para esse terreno e por mantê-lo aí, nutrimos a convicção de que lhe granjeamos mais adeptos úteis, do que provocando a torto e a direito manifestações que se prestariam a abusos."

Kardec não havia de fato exagerado quando falou isto na introdução de "O Livro dos Médiuns", e o fato de a Codificação da Doutrina Espírita ter passado a ser conhecida por cada vez mais pessoas não significou a extinção total dessa prática desrespeitosa e ignorante de um dia para o outro, mas a diminuiu, foi um processo, somente o tempo trataria de extingui-la por completo em função da existência e popularização da Doutrina Espírita, e da intelectualização das pessoas, da diminuição da ignorância social coletiva. Abaixo, a transcrição de trechos de um dos estudos sobre a vulgarização cômica dos fenômenos mediúnicos há séculos atrás, vários são os trabalhos acadêmicos a respeito do assunto, não somente este:

O meio no palco
"Uma tarde, na década de 1880, o espiritualista John Wetherbee e seus dois amigos incerto sobre o que fazer, e examinou a lista de mídias locais que realizavam aquele dia: “'Bem', disseram eles, depois que as civilidades acabaram', o que está acontecendo nesta tarde? Onde podemos ir e ver alguma coisa? - significando manifestações espirituais. Nós examinamos a lista; havia cinco ou seis chances interessantes, mas poderíamos aceitar apenas uma ”(Wetherbee 1885, 231). Finalmente, decidiram ir ver as irmãs Berry, que estavam materializando os médiuns. A abundância de escolha de "o que ver" foi uma das coisas que fez Wetherbee orgulhoso de sua cidade natal, Boston. Onde mais alguém poderia encontrar tal concentração de médiuns? Como ele colocou, “olhe para as reuniões de ensinamentos espiritualistas que esta localidade sustenta. Veja o número de médiuns que dispensam a ideia [...]; e no que diz respeito aos mais sensuais fenômenos parece haver nesta cidade sobre o tempo todo uma dúzia de médiuns para materialização, para não falar de outros fenômenos físicos ”(Wetherbee 1885, 282).
Para o leitor contemporâneo, a narrativa desse espiritualista em busca de diversão Boston do século XIX, recorda o ato de escolher um filme no teatro local. De fato, embora espíritas espíritas tenham sido geralmente analisadas como construções sociais em que assuntos de política, ciência e religião foram postas em questão, autores como Alex Owen também reconheceu a presença de um quadro teatral que regulava a comunicação com os espíritos (Owen 1990). Neste artigo, abordarei os espaços escuros das sessões espíritas a partir desta perspectiva, o que leva à identificação de sessões tão divertidas e aparelhos espetaculares. Como Daniel Herman observou, de fato, foi através do mecanismo de sessões que o espiritualismo “oferecia entretenimento encorajando crentes e não-crentes para testar sua verdade ”(Herman 2006, 432). Confiando em uma ampla gama de fontes espiritualistas, eu argumentam que as sessões não eram apenas momentos de investigação religiosa e científica, mas também como um divertimento brilhante, onde os efeitos teatrais embelezaram uma emocionante partilha experiência. O clímax desses eventos culminou na ocorrência do contato com o espírito muitas vezes apresentadas de forma dramática, como uma espécie de golpe de estado em torno do qual todo o evento foi moldado.
O caráter divertido das sessões espíritas foi logo entendido no reino de entretenimento. Tradicionalmente, os médiuns contratavam gerentes, visitavam países e anunciavam na imprensa. Também por estas razões, os médiuns do século XIX podem ser considerados como uma classe de artistas profissionais, que, através do fenômeno do transe, moldaram um complexo dramatismo espaço onde o desempenho teatral se misturava com alegações de passividade e autenticidade. Embora as exposições repetidas de médiuns fraudulentos forneçam evidência de decepção, não há razão para considerar todos os médiuns como trapaceiros, ou todos os assistentes como curiosidades em vez de crentes. Como o testemunho de espiritualistas como os acima mencionados John Wetherbee sugere, as sessões também foram consideradas espetaculares e divertidas, especialmente por aqueles que acreditavam no espiritualismo. A mistura de desempenho e alegações de autenticidade, de espetáculo e experiência religiosa, não é uma contradição sessões: pelo contrário, representou o cerne da experiência espiritualista."
(...) 
O mito fundador do espiritismo, a história das irmãs Fox que “descobriram” o espírito comunicação (Capron 1855) espelha o movimento do espiritualismo do privado para o esfera pública. Embora o “Rochester rap” de 1848, ouvido pela primeira vez na casa assombrada de a família Fox em Hydesville, inaugurou a mania de espíritos, os fenômenos logo mudou-se para espaços mais inclusivos. A partir de 14 de novembro de 1849, as irmãs Fox demonstraram sua mediunidade no Corinthian Hall de Rochester por três noites, cobrando setenta e cinco centavos para admissão. Na primeira noite, quatrocentas pessoas encheram o salão para ouvir o misterioso ruídos. Alguns meses depois, em junho de 1850, os nova-iorquinos interessados ​​em participar de demonstração das batidas de espírito, podia ver as irmãs Fox no Barnum's Hotel, onde o fenômenos foram apresentados três vezes ao dia, por uma taxa de admissão de um dólar (1989, 15-16). O envolvimento com o empreendedor de show-business P.T. Barnum, que incluiu uma canção popular especialmente escrita para comercializá-lo (Durant 2002, 153), é testemunho de a abordagem comercial desta primeira turnê do rap das irmãs Fox.
Esta associação inicial do espiritualismo com o show business durou. Muitos médiuns espíritas sentiam-se igualmente à vontade nos teatros e corredores, como faziam nos espaços domésticos. Realizar-se perante grandes audiências era considerado parte dos deveres morais do médium. Portanto, Catherine Berry escreveu que “nunca me arrependi de ter dedicado meus serviços à causa de maneira tão pública. Pelo contrário, sinto algum grau de orgulho por ter passado tal provação ordinária pro bono publico ”(1876, 136). Em muitos casos, os espectadores tais apresentações foram sujeitas, como em espetáculos teatrais ou palestras públicas, ao pagamento de uma taxa de admissão. A sessão de sessão era, portanto, muitas vezes uma questão de teatro: os médiuns salas e teatros com tanta freqüência quanto dentro dos limites da casa vitoriana. Ao fazer isso, eles deram origem a uma tradição de espetaculares manifestações espirituais e padronizaram mediunidade como uma atividade a ser realizada perante um público. Um tipo particularmente bem sucedido de performance espiritualista foi o ensino de transe. Replicando a figura do professor, uma profissão bem estabelecida no campo cultural, médiuns nos Estados Unidos e mais tarde na Europa se ofereceram como o canal através que os espíritos entregaram discursos perante grandes audiências.
(...)"

Estes e muitos outros casos são relatados neste curto artigo intitulado "O meio no palco: transe e performance no espiritualismo do século XIX", artigo este no qual se vê relatos de médiuns autênticos que viam no palco uma forma de divulgar a existência dos espíritos e do mundo espiritual, e de transmitir mensagens educativas dos Espíritos mais evoluídos, transformando espiritualmente as pessoas que assistiam, tais médiuns viam neste trabalho uma missão divina. Portanto não se tratava somente de médiuns que tinham interesse de levar a diversão, o que também é abordado no artigo, mas também de médiuns conscientes e sérios. Este artigo foi apresentado à Universidade de Torino, Itália, e cópia cedida à Universidade de Loughborough, Inglaterra, ao final deste artigo há uma farta bibliografia que foi utilizada para esta investigação científica.


Bibliografia completa:


NATALE, S., 2011. O meio no palco: transe e desempenho no espiritualismo do século XIX. Cultura Visual Popular Inicial, 9 (3), págs. 239 - 255. (Não Traduzido para o Português)


Fonte original, Universidade de Loughborough, Inglaterra, https://dspace.lboro.ac.uk/dspace-jspui/handle/2134/19417https://dspace.lboro.ac.uk/2134/19417

Apresentado como PDF:

pre-print_The_medium_on_the_stage.pdf

Referência original em inglês:

NATALE, S.,2011. The medium on the stage: trance and performance in nineteenth-century spiritualism. Early Popular Visual Culture, 9 (3), pp.239-255.





















No artigo do trecho citado acima a autora mostra que tanto médiuns autênticos, quanto charlatães (que apenas teatralizavam a mediunidade no palco) faziam suas apresentações populares sérias ou divertidas. Não é impossível que existam filmes clássicos que mostrem "shows" de mediunidade ao público. Bem como é certo que exista filmes contemporâneos com a mesma temática adaptada aos tempos de hoje.

Além deste artigo muitos outros artigos e teses acadêmicas internacionais foram escritos sobre o assunto. No âmbito brasileiro artigos e teses acadêmicas sobre o assunto podem bem ter sido escritos, e grandemente divulgados, como no caso do livro abaixo, que foi publicado com o título "Noites Circenses - espetáculos de circo e teatro em Minas Gerais no século XIX" :


Resenha da obra em PDF:


94-236-1-PB.pdf

DUARTE, Regina Horta. Noites Circenses - espetáculos de circo e teatro em Minas Gerais no século XIX. Campinas, Unicamp, 1995.



















A respeito das irmãs Fox há material farto dentro da Doutrina Espírita que atesta a veracidade da mediunidade dessas irmãs. Sobre as irmãs Fox, norte-americanas, há ainda uma referência segura e rica, não espírita, atestando sobre a veracidade e autenticidade da mediunidade destas irmãs, do afloramento da mediunidade até as apresentações públicas, os "espetáculos", e dos "espetáculos" aos trabalhos sérios em sessões mediúnicas com os Espíritos Superiores:


WEISBERG, Barbara. "Falando com os Mortos: as irmãs americanas e o surgimento do espiritismo". Rio de Janeiro, Editora Agir, 2011. (tradução para o Português por Luciana Persice)















Ao usar o conteúdo do rodapé 4 respeite os direitos autorias deste blog,
e das fontes citadas.




5. Livro "Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas" de 1858, no centro à direita, e a sua republicação em 1923, no centro à esquerda, esta última edição, encaminhada por Jean Meyer, foi a que deu origem às edições contemporâneas que conhecemos hoje para estudo:







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